domingo, 19 de setembro de 2010

Sem tempo de me deprimir

Não tenho tido tempo de me deprimir.
O trabalho me aperta os pés
O tempo me aperta os olhos
E já não vejo o meu amor sob a luz amarela.
Apoesia e os encontros casuais,
O ódio e o amor,
Nem para a doença tenho tido tempo.
Mas o compositor diz "tudo passa",
Então, sigo esperando o tempo que não há,
Esperando o nada que trará a ausência disso tudo que me aperta.
Espero pelo dia em que encontrarei no nada...
Tempo para me deprimir
E alimentar a minha poesia.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Manchas

Por mancha, foi-se o dia nas águas da chuva,


É fim de tarde.

Por mancha, dei-me a você nos lençóis amarelos,

É manhã sombria.

Tive sono,

Tive fome,

Tive que ir para não manchar o dia.

Tive que beber para manchar a noite.

E olhei a chuva que

Por mancha me trouxe a lembrança

Tive que ter a esperança

De que

...outra tarde virá,

Com manchas de chuva

...outra manhã virá,

Manchada de amarelo

E em outras noites nos encontraremos

E beberemos pelas manchas da nossa aquarela.

domingo, 2 de maio de 2010

Árvores, Flores, Pessoas e Peixes

Árvores prestam atenção nas estações
As folhas dançam com o vento
Flores caem e dão espaço aos novos brotos
As pessoas matam para não dar lugar aos outros
Mas os peixes ignoram as estações e nadam

Árvores prestam atenção nos ventos
Os galhos se fortalecem para o sustento
Flores combinam aromas e dão alimento aos pássaros
As pessoas tiram do próximo a paz
Mas os peixes esquecem tudo e nadam

Árvores prestam atenção na chuva e bebem do solo
Nas raízes, riquezas contra a morte
Flores para coletar poesia numa gota de chuva sobre a pétala
As pessoas protegem-se da água
Mas os peixes aproveitam e nadam.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Fôlego do amor

Eis que a moça corre ao encontro de seu amor, como um Beta, solitário, vai à superfície d'água de sua pequena casa molhada...
Eis que a moça carece de seu amor, como vida, como morte, como a ultima sorte.
Eis que se diz "eu te amo" na madrugada
... e de nada adianta o clamor dos ferozes, pois o amor não pára enquanto se toma fôlego na superfície do tempo.



(Ver Beta em http://pt.wikipedia.org/wiki/Betta_splendens )