terça-feira, 26 de abril de 2011

Mesa de trabalho

Uma caneta de tampa verde,
Uma lembrança das férias no interior.
Flores de plástico para colorir o nome da vovó,
Pois não há morte.
Cascos de caramujo da praia,
Memórias de um fim de semana em família.
Miniatura de “professora maravilha”
Para lembrar que nem tudo é ócio.
Papéis de contas que não foram pagas,
As contas do mês.
Pastas de papel inundadas com promessas,
Que nunca foram feitas.
Discos digitais apertados
Com arquivos burros de um pretérito imperfeito.
Luminária acesa
Com uma luz amarela que me faz lembrar
      que é preciso não esquecer de parar de trabalhar.

domingo, 3 de abril de 2011

Os olhos da noite


Vê-se rostinho lindo
Vê-se beijo de carinho
Carência de homem sozinho


Vê-se sorriso de compadres
Vêem-se fumaça e conhaque
Refletem entre labirintos nos ares


Vêem-se, mulheres-meninas
Entre pedófilos nas esquinas
Acompanham a tradição das ruelas
Ficam elas
Por elas
Nada se faz sozinho

Vêem-se entre fumaças
Ervas e devassas
Vêem-se gentes-
ameaças.