Os meus labirintos
No meu mundo de labirintos
Passo o dia criando coisas
Passo a noite lembrando fatos
Vivo a vida como quem se perde
E não tenho muita vontade de encontrar
A saída.
No meu mundo de labirintos
Não há
Ando meio desligada
Ando como se não fosse para lugar algum
Passo o dia recriando a minha existência
Para não ter que chegar à arte final.
Os meus labirintos já existem
Antes mesmo de encostar caneta sobre papel
Eles já estão lá
Eu lanço o contraste
E não espero que alguém entenda.
Os meus labirintos não são para ser bonitos,
Nem, muito menos para explicar algo.
Os meus labirintos são para eu dar sentido:
Aos meus ossos que estalam quando levanto da cama,
Ao café da manhã passado no saco de papel,
Aos livros que leio e não vejo sentido,
A toda essa “arte” que se produziu no mundo e me deu uma profissão,
Mas em nada melhorou a sociedade...
Os meus labirintos só existem para mim.
Ninguém se perde e ninguém se encontra,
Servem apenas para o meu eu dar sentido a si mesmo.
Perdendo-se e se recriando o tempo todo.
"O mundo interior da imaginação faz-se cada vez mais significativo, como que para compensar a pobreza e insipidez da vida cotidiana" (Hebert Read)