segunda-feira, 30 de maio de 2011
terça-feira, 26 de abril de 2011
Mesa de trabalho
Uma caneta de tampa verde,
Uma lembrança das férias no interior.
Flores de plástico para colorir o nome da vovó,
Pois não há morte.
Cascos de caramujo da praia,
Memórias de um fim de semana em família.
Miniatura de “professora maravilha”
Para lembrar que nem tudo é ócio.
Papéis de contas que não foram pagas,
As contas do mês.
Pastas de papel inundadas com promessas,
Que nunca foram feitas.
Discos digitais apertados
Com arquivos burros de um pretérito imperfeito.
Luminária acesa
Com uma luz amarela que me faz lembrar
que é preciso não esquecer de parar de trabalhar.
Uma lembrança das férias no interior.
Flores de plástico para colorir o nome da vovó,
Pois não há morte.
Cascos de caramujo da praia,
Memórias de um fim de semana em família.
Miniatura de “professora maravilha”
Para lembrar que nem tudo é ócio.
Papéis de contas que não foram pagas,
As contas do mês.
Pastas de papel inundadas com promessas,
Que nunca foram feitas.
Discos digitais apertados
Com arquivos burros de um pretérito imperfeito.
Luminária acesa
Com uma luz amarela que me faz lembrar
que é preciso não esquecer de parar de trabalhar.
domingo, 3 de abril de 2011
Os olhos da noite
Vê-se rostinho lindo
Vê-se beijo de carinho
Carência de homem sozinho
Vê-se sorriso de compadres
Vêem-se fumaça e conhaque
Refletem entre labirintos nos ares
Vêem-se, mulheres-meninas
Entre pedófilos nas esquinas
Acompanham a tradição das ruelas
Ficam elas
Por elas
Nada se faz sozinho
Vêem-se entre fumaças
Ervas e devassas
Vêem-se gentes-
ameaças.
sábado, 19 de março de 2011
Tudo está mudado
O telefone não toca,
A cozinha não tem cheiro,
Não há toalhas molhadas
Porque você não vem?
Sob a luz do dia a nossa natureza é contradição
Sob a luz amarela, poucos instantes de prazer.
À espera de um crepúsculo
Permaneço sabendo que tudo mudou
E agora, como vítima de um Feitiço,
Maldigo o velho Bispo de Áquila
Pela lágrima que rola e é a única companhia da minha manhã.
Do olhar ermo,
Ao beijo curto,
Não há música na casa
Porque tudo está mudado.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Os meus labirintos
No meu mundo de labirintos
Passo o dia criando coisas
Passo a noite lembrando fatos
Vivo a vida como quem se perde
E não tenho muita vontade de encontrar
A saída.
No meu mundo de labirintos
Não há
Ando meio desligada
Ando como se não fosse para lugar algum
Passo o dia recriando a minha existência
Para não ter que chegar à arte final.
Os meus labirintos já existem
Antes mesmo de encostar caneta sobre papel
Eles já estão lá
Eu lanço o contraste
E não espero que alguém entenda.
Os meus labirintos não são para ser bonitos,
Nem, muito menos para explicar algo.
Os meus labirintos são para eu dar sentido:
Aos meus ossos que estalam quando levanto da cama,
Ao café da manhã passado no saco de papel,
Aos livros que leio e não vejo sentido,
A toda essa “arte” que se produziu no mundo e me deu uma profissão,
Mas em nada melhorou a sociedade...
Os meus labirintos só existem para mim.
Ninguém se perde e ninguém se encontra,
Servem apenas para o meu eu dar sentido a si mesmo.
Perdendo-se e se recriando o tempo todo.
No meu mundo de labirintos
Passo o dia criando coisas
Passo a noite lembrando fatos
Vivo a vida como quem se perde
E não tenho muita vontade de encontrar
A saída.
No meu mundo de labirintos
Não há
Ando meio desligada
Ando como se não fosse para lugar algum
Passo o dia recriando a minha existência
Para não ter que chegar à arte final.
Os meus labirintos já existem
Antes mesmo de encostar caneta sobre papel
Eles já estão lá
Eu lanço o contraste
E não espero que alguém entenda.
Os meus labirintos não são para ser bonitos,
Nem, muito menos para explicar algo.
Os meus labirintos são para eu dar sentido:
Aos meus ossos que estalam quando levanto da cama,
Ao café da manhã passado no saco de papel,
Aos livros que leio e não vejo sentido,
A toda essa “arte” que se produziu no mundo e me deu uma profissão,
Mas em nada melhorou a sociedade...
Os meus labirintos só existem para mim.
Ninguém se perde e ninguém se encontra,
Servem apenas para o meu eu dar sentido a si mesmo.
Perdendo-se e se recriando o tempo todo.
"O mundo interior da imaginação faz-se cada vez mais significativo, como que para compensar a pobreza e insipidez da vida cotidiana" (Hebert Read)
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Memória
Acordo ao som da lembrança
na tampa do teu isqueiro zippo
Nesta manhã
em outra manhã
havida
Entre comidinhas e goles
come, vai!
Vai nas minhas entranhas
e vivas hoje o que já não há
e revivas na clareza da lembrança
os gemidos e tremores do ontem.
Há qualquer coisa de luz amarela
que ilumina
que vai e vem no som
baila nas ondas sonoras
do que escutamos naquelas madrugadas
e no meu corpo agora
como noutras vezes,
ermo,
suspira a clareza da lembrança
ah, lembrança!
na tampa do teu isqueiro zippo
Nesta manhã
em outra manhã
havida
Entre comidinhas e goles
come, vai!
Vai nas minhas entranhas
e vivas hoje o que já não há
e revivas na clareza da lembrança
os gemidos e tremores do ontem.
Há qualquer coisa de luz amarela
que ilumina
que vai e vem no som
baila nas ondas sonoras
do que escutamos naquelas madrugadas
e no meu corpo agora
como noutras vezes,
ermo,
suspira a clareza da lembrança
ah, lembrança!
sábado, 29 de janeiro de 2011
Palavras imprevisíveis
Procurar palavras é como caçar tesouros sem preço.
Palavras são iconografias
São sentimentos apresentados em linha e verso.
Procurar palavras e achá-las é a conquista da vida.
Um grilo arrancou de mim a palavra abstrata que eu queria
Para representar a minha noite vazia.
Uma lágrima tirou de mim a palavra,
Agora,
Não consigo dizer da saudade que tenho
Dos amores da minha vida
Dos parentes que se foram
Da minha adolescência perdida...
Procurar palavras é recordar o passado,
É tentar (des)construir o que não existe, mas faz sentir.
Palavras são como águas de rios,
Mudam-se com o correr do tempo.
Um beijo me tirou a palavra
E eu ia dizer que me apaixonei pela pessoa errada.
Um olhar me calou naquela hora,
Quando eu ia ser indiferente.
O sexo me trouxe a voz, a palavra em gemidos,
Sem palavras.
Palavras são imagens abstratas de muitas figuras
E nunca se sabe o que vai acontecer.
Palavras são iconografias
São sentimentos apresentados em linha e verso.
Procurar palavras e achá-las é a conquista da vida.
Um grilo arrancou de mim a palavra abstrata que eu queria
Para representar a minha noite vazia.
Uma lágrima tirou de mim a palavra,
Agora,
Não consigo dizer da saudade que tenho
Dos amores da minha vida
Dos parentes que se foram
Da minha adolescência perdida...
Procurar palavras é recordar o passado,
É tentar (des)construir o que não existe, mas faz sentir.
Palavras são como águas de rios,
Mudam-se com o correr do tempo.
Um beijo me tirou a palavra
E eu ia dizer que me apaixonei pela pessoa errada.
Um olhar me calou naquela hora,
Quando eu ia ser indiferente.
O sexo me trouxe a voz, a palavra em gemidos,
Sem palavras.
Palavras são imagens abstratas de muitas figuras
E nunca se sabe o que vai acontecer.
O dia sem você
De manhã,
Tem quinze flores na varanda.
De tarde,
Tem chuva na janela.
De noite,
Tem solidão no quarto.
De manhã,
Tem cheiro de café na cozinha.
De tarde,
Deixo a casa vazia.
De noite,
Tem um grilo cantando entre as plantas.
De manhã,
Tem a vontade de te encontrar.
De tarde e de noite,
Também.
Tem quinze flores na varanda.
De tarde,
Tem chuva na janela.
De noite,
Tem solidão no quarto.
De manhã,
Tem cheiro de café na cozinha.
De tarde,
Deixo a casa vazia.
De noite,
Tem um grilo cantando entre as plantas.
De manhã,
Tem a vontade de te encontrar.
De tarde e de noite,
Também.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Não-estranho
Não compreendo a tua ciência
Nem, muito menos, entendo os teus pensamentos,
Porém persegues as minhas carícias
E, todas as noites,
Procuro, em pensamento, pelo incompreendido.
As carícias do meu corpo branco, terás.
Iremos ao pequeno planeta.
E, assim, eu te amarei,
Pois,
Não me és estranho.
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