Por vezes, o atelier (que não passa de mais um quarto da casa) se torna pequeno para tantas atividades e ideias. O chão vira o local de trabalho e, neste caso mostrado abaixo, eu precisava de espaço para espalhar os botões e escolher aqueles que fariam parte da minha criação.
É preciso levar o computador para a mesa de trabalho, porque as pesquisas são importantes, fazem parte do processo de composição de cada peça, desenho, costura...
De noite, de vez em quando, cabe uma luz amarela para inspirar momentos remotos que iluminam a minha poesia.
A rede não pode faltar. Entre um trabalho e outro, enquanto a cola seca, enquanto as tintas se fundem, enquanto nada e tudo acontece, eu me deito e curto alguns minutos do meu ócio produtivo. A rede também serve para a minha mãe se deitar quando vem me visitar, e a conversa não para.
Nessas vivencias da experiencia de criar coisas, juntar pedaços, construir labirintos...escuto o Lenine cantar: "A vida é tão rara!". Assim, recrio a minha existência e me desvio dos desejos de morte e do meu caos impróprio.
No espelho que há em frente a cadeira, de onde trabalho, a frase cantada me faz lembrar que algumas coisas na vida verdadeiramente valem a pena e daí retomo o trabalho de criar coisas entre artes e artesanatos...eu e meus botões, fuxicos, tecidos, argilas, linhas, espelhos, minhas mãos, meu corpo e a minha mente que não para. Minha mente que oscila entre alegrias e tristezas do passado, presente e possibilidades futuras.
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